Orgulhosamente sós: "Ainda bem que Portugal está isolado [ao proibir o aborto livre]. Isso causa-nos verdadeiro orgulho".
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A Sra. D. Matilde Sousa Franco (do PS) acha que deve combater aquilo que ela chama "bomba-relógio demográfica" com a pena de maternidade para quem engravidar. Assim é contra a despenalização do aborto até às 10 semanas, o que considera uma liberalização, como se cada mulher se apropriasse dos seus meios de produção e os privatizasse. Para ela, a produção de bebés não deve ser deixada à iniciativa individual, pois o estado-nação-sociedade precisa de novos seres e, como os incentivos que há aparentemente não chegam, é preciso evitar desperdícios.
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Mais grave é a demagogia dos seus argumentos: falar em problema demográfico invocando a Comissão Europeia é uma distorção do argumento de autoridade; tanto mais que a recomendação europeia quanto à IVG é contrária às suas convicções; dizer que o aborto aumentou em todos os países onde foi permitido é uma mentira redonda; dizer que "mais de 80% das mulheres que abortaram não o teriam feito se tivessem o apoio familiar e da sociedade" é inventar dados e ignorar o estudo mais recente encomendado pela APF, de que retiro o gráfico abaixo:
Será que a deputada pretende tornar a vida ainda mais difícil às (outras) mulheres e aos embriões que hão-de ser filhos indesejados à força? Pretende ignorar os números do aborto clandestino? Não sabe ela que, mesmo contra a lei, cada uma faz o que entende? Ignora o que é o livre arbítrio?
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Má sorte nascer mulher.
2 comentários:
Pior sorte é ter nascido num ilha atrasada de um país atrasado.
Fazer amor não deve ser um castigo.
Ninguém deixa de ajudar um bébé quando lhe nascem os dentes ou tem uma cólica, ou tudo o que gráças-a -deus a medecina deu e Deus não dá.
Um homem não deve ser obrigado a ter um filho que não quer;Machismo?
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