05 janeiro 2007

Os moralistas (1)



Rusga identifica centena e meia de clientes e alternadeiras

"As 32 mulheres foram para a esquadra, «numa carrinha onde tínhamos que ir umas em cima das outras», onde foram revistadas, até à exaustão. «Fomos obrigadas as despir e até as cuecas tivemos que tirar», afirmam. «Somos portuguesas, temos documentos, o que viemos aqui fazer?», questionou Sandra, de 28 anos. «Ainda por cima tivemos que ouvir comentários jocosos e obscenos», afirma. «Isto não tem lógica, é uma humilhação», afirmou ao Diário de Aveiro Patrícia, de 25 anos, que «nunca tinha passado por uma situação destas»." (31-12-2006)

Via A Ilusão da Visão:

"Quer se queira ou não a prostituição não constitui crime em Portugal. As mulheres (excepto uma) eram portuguesas ou estrangeiras em situação legal, tendo esta situação sido logo confirmada no local.Sob a nova lei das armas revistaram-nas despindo-as completamente, incluindo as cuecas! Querem-me dizer que qualquer outro cidadão ao ser revistado sob a lei das armas também é despido na integra!?Dizem que as levaram para a esquadra porque o computador não funcionava ali e foi para ver se tinham algum processo pendente! Mas sob que suspeita o fizeram? Qualquer outro cidadão, sem que lhe recaia alguma suspeita da prática de algum crime, pode ser arbitrariamente levado para a esquadra para averiguar se tem algum processo pendente?Para mais tudo acontece na semana em que o Governo dá instruções para que as alternadeiras/prostitutas brasileiras em situação ilegal não sejam detidas se preencherem um formulário a explicar como chegaram a Portugal, de forma a combater o tráfico humano.Todos os acontecimentos relatados na noticia só ocorreram dada a condição social das alternadeiras. Clara discriminação e violação da dignidade humana."

Má sorte nascer mulher.

2 comentários:

Nelson Peralta disse...

O caso em termos jurídicos e políticos não fica por aqui.

Sérgio A. Correia disse...

Pelos vistos, "a coutada do macho lusitano" ainda funciona...