29 maio 2007

Pai e Filho



O diário do pai Quinze - de 15 em 15 dias - e as surpresas do menino Pedro:

«Ontem trazia uma novidade.
- O pai não é meu pai!
Acontecem estas revelações, não costumam ser os filhos a fazê-las, mas acontecem. Preparado para tudo não dei de mim quando perguntei:
- Não sou teu pai?
- Não. Nós somos todos filhos de Jesus e da Santa Maria e por isso o pai é meu irmão. Não é meu pai. Os meus amigos também são meus manos. Na Terra somos todos manos uns dos outros. (...)»

24 maio 2007

Cine Farol



Um novo blogue de cinema, com uma dúzia e meia de bloguistas que hão-de dar que ler e ver: cineclubefaro.blogspot.com.

23 maio 2007

Doc site



A Apordoc, Associação pelo Documentário, tem um site renovado, que passa a ser a praça central de todas as informações úteis, indispensáveis e actuais acerca de documentário, entre as quais o acesso à pesquisa na base de dados de filmes da sua videoteca. Uma morada a fixar: www.apordoc.org.

22 maio 2007

O Salto (2)



Quem não viu não sabe o que perdeu. Mas o Nuno poupou-me o trabalho de o explicar: leiam Le grand saut.

21 maio 2007

O Salto



Hoje no Instituto Franco-Português, às 22 horas, O Salto (1967), primeira obra de Christian de Chalonge, um filme sobre a emigração portuguesa para França, a única ficção feita sobre essa realidade, que no cinema português da época ficou eclipsada. Representou França no festival de Veneza e teve um prémio Jean Vigo. Com música de Luís Cília.

17 maio 2007

Aos leitores



Prevendo a incerta regularidade da minha escrita aqui, aconselho os leitores mais assíduos a usarem o google-reader, que faz a actualização automática dos novos posts, evitando andarmos a passear por blogs parados.

Foto: instalação de Joan Brossa, exposta em Janeiro no Instituto Camões.

16 maio 2007

Hoje não perder



O Passado e o Presente (1971) de Manoel de Oliveira, na Cinemateca às 19h30.

«Num filme cuja inspiração é, por vezes, tão intensa que dá a sensação de querer constantemente escapar-se ao controle do autor, estamos aqui, talvez, perante um daqueles fenómenos em que os acasos da criação ultrapassam o próprio criador e, porque não dizê-lo?, se insurgem contra a sua própria ideologia.»

João César Monteiro, "Um necrofilme português", Diário de Lisboa (Suplemento Literário), 10 Março, 1972, in Morituri te Salutant, ed. &ETC, 1974.

15 maio 2007

Conflito cognitivo



Helena Roseta, a mulher-política que mais admiro e que em 30 anos de democracia foi sistematicamente posta de lado, porque "diz sempre o que pensa".
José Sá-Fernandes, em quem votei e que merece ser premiado pela excelência dos serviços prestados.
António Costa, o melhor que o PS tem.
Um autêntico quebra-cabeças. Em quem votar?

O segredo espanhol



O Público de hoje anuncia a onda de calor deste verão. Os gráficos de 2003 evidenciam as mortes por calor, mas a Espanha escapa. Qual é o segredo?

13 maio 2007

A voz dos leitores



No Público de hoje, o provedor dá voz às objecções dos leitores de Pessoa a propósito de um apócrifo publicado (como aqui também assinalei).

A Laurinda Alves, talvez para se redimir, na sexta-feira passada, enche a sua página de crónica só com poemas transcritos - o que não deixa de ser um sintoma alarmante de uma preguicite bem paga.

11 maio 2007

Hollywood, Portugal



«Nunca fui ambicioso de dinheiro, que reputo o maior dos males necessários. Ambicioso, sim, e de que maneira!, de paz de espírito, de conhecimentos, de amor, de amizade, de gostar de gostar... Por singular ventura, nem tudo o dinheiro compra. As melhores coisas do mundo, não há dinheiro que as pague!... Por isso, a intenção de ganhar mês a mês o que em toda a vida não ganhei ficou aquém daquelas noções elementares de brio e de dignidade que aprendi em pequenino. Conquanto não sequioso de dinheiro, sem dúvida que a chuva de dólares em perspectiva (com um convite para trabalhar em Hollywood, em 1939) possuía inegáveis atractivos. Com ela, poderia concretizar muitos sonhos que irão comigo para a cova: um laboratório para determinadas investigações científicas, um iate à prova de ciclones, um fishing cruiser para a pesca grossa, uma casa nas Bahamas, outra na Polinésia, correr o mundo atrás do verão sem carecer de previamente me subordinar a cálculos milimétricos de despesas, poder substancialmente ajudar uma data de gente que o merece, etc. - cabendo neste "etc." tudo o que é agradável de com deleite efectuar ou saborear. Simplesmente não pôde ser, não podia ser. Demais a mais - apegado a um idealismo romântico (admito que se classifique de idiota, não me ofendo...)-, o partir para a América, virando as costas ao tão sonhado sonho dum cinema português, aparecia-me como acto condenável: renúncia, fuga, deserção, cobardia... A verdade era que intimamente ansiava por um pretexto para não ir. Afinal, nem pretexto foi preciso, pois surgiu um obstáculo sem possível remoção. O contrato, a que só faltava a minha assinatura, teria duração de cinco anos, durante os quais eu dirigiria quatro filmes por ano. Contudo, encerrava um cláusula a meu ver inaceitável: a casa produtora californiana ficava com o direito de exibir os meus filmes no todo ou em parte, de fraccioná-los, de alterá-los, de lhes juntar novas cenas se assim o entendesse - enfim, podia fazer deles tudo o que lhe aprouvesse, desde pentes de algibeira a cabos de guarda-chuva, pensei eu... Notados ao produtor-delegado os meus reparos a essa cláusula, o "caso" arrastou-se por três dias em infrutíferas conversas telefónicas de cá para a América e da América para cá. "Que o contrato era igual para toda a gente, que se tratava de um pró-forma, que eu deveria compreender que a companhia não poderia eliminar qualquer cláusula por uma questão de princípios..." Ora comigo passava-se exactamente o mesmo... "Que, perdão!, a companhia é que deveria compreender que só por uma questão de princípios é que eu não poderia aceitar essa cláusula..." O Jean Renoir, então hospedado no Avenida Palace onde as conversações tiveram lugar - e que assinou idêntico contrato -, bem se esforçou por me convencer a acompanhá-lo, mas não pôde ser, não podia ser...»

Jorge Brum do Canto, in Observador, 1973, citado no catálogo da retrospectiva na Cinemateca de 1984.
Foto de A Canção da Terra (1938) de Jorge Brum do Canto.

04 maio 2007

Diálogo com a autoridade



Manifestação de apoio aos países em vias de extinção - Dez. 90 - Lisboa.
Excerto do documentário Geração Feliz: http://felizes.planetaclix.pt/o_filme.htm