08 dezembro 2006

Grau zero (2)



"Número Zero" (1971), documentário radical de Jean Eustache - em conversa com sua avó - estabelece um grau zero do documentário: assume todo o processo fílmico, reproduz a inteireza do registo, constrói uma só personagem, exclusivamente por meio da palavra solta que unicamente faz o relato da sua história de vida, que é aqui um acto de vida fundador e definitivo, pelo qual a memória define o carácter. Um testemunho que entronca o pessoal no tempo histórico.

«Cuando ya está todo dicho, sólo queda la repetición (...). Pero es precisamente esta redundancia, la palabra que brota con su propio tempo y sin cortes, la que confiere densidad a su recuerdo. Y también la que nos permite encontrar rimas entre la vida de Odette Robert y la de muchas otras mujeres anónimas que han pasado invisibles por la Historia del siglo XX. Desde este punto de vista, Número Zero también se puede leer como una película germinal de una corriente del documental contemporáneo que se adentra en la memoria familiar para iluminar la intrahistoria.» in http://www.blogsandocs.com/docs/?p=24

Na Cinemateca, dia 11 às 19h e dia 13 às 22h. (Passou no Doclisboa em Outubro.)

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