Os filmes experimentais de Morgan Fisher, feitos nos anos 60 e 70, são reflexões formais sobre o processo de fabrico dos filmes. São autometafilmes essencialistas em que apenas vemos fazer o filme que vemos feito. Achei delicioso e humorístico aquele em que uma rapariga nua grava primeiro uma série de perguntas, depois rebobina a fita magnética e responde então às perguntas gravadas que são sobre o seu corpo que ela avalia e nós vemos. Na medida em que a gravação da actriz é espontânea e única, este filme intitula-se
Documentary footage, pois é o documentário de uma situação criada e que nunca poderia ser recriada.
Só me pareceu acentuadamente pretensioso que, entre tantos experimentalistas que houve durante o século xx, Fisher reclame para si o “esforço de reparação de um lapso cometido pela história”.
(visto ontem na
Culturgest/ExperimentaDesign)
Sem comentários:
Enviar um comentário