24 abril 2006
Da imagem e da vida (2)
A propósito de Coming Apart diz Luís Miguel Oliveira: «O cinema é uma coisa diabólica. Isto hoje é tão claro, em plena civilização da imagem e da sua manipulação que aprendeu tudo o que sabe com o lado perverso do cinema». Naquele filme, o dispositivo de imagem é o que desencadeia esta perversão do real. Contudo, para o André Dias, «face à experiência do filme, as saliências do dispositivo parecem-me redutoras ou quase completamente ao lado».
É certo que há muito mais para além do dispositivo, que é aqui um espelho da vida: o espelho que, na inversão dos pressupostos da representação fílmica, nos permite observar a vida como um jogo pulsional (André dixit), cheio de ambiguidade, demasiado rico de sugestões e descobertas sobre a vida mesma. Isto porque (concordo ainda) «a imagem e os seus dispositivos têm nisto, nesta construção da desafecção, um papel essencial (...). De tal modo «que seja ela, a imagem, o que urge pensar, de todo».
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