16 abril 2006

Episódio (2)



Outro caso sinistro passou-se, há dois meses, num antro de salas de cinema cujos grandes números luminosos e espaciais pediam para ser fotografados, 1, 2, 3, 4 vezes, até que um guarda reparou e decidiu proibir-me: “não pode fotografar aqui dentro” e eu saí logo sem discussões e fotografei de fora através da porta de vidro. Como era de esperar, ele veio atrás de mim e eu alterquei “não posso porquê? isto está cheio de câmaras a filmar-nos, mas eu não posso fotografar?!” Obviamente, ele não tinha resposta, porque os guardas são pagos para executar ordens e não para pensar. Insolente, continuei a fotografar enquanto discutia com ele, visivelmente estarrecido e sem vontade nenhuma de ter um problema de segurança. Mas por que havemos de aceitar, os “clientes”, sermos permanentemente vigiados e ainda considerados suspeitos? Por que não poderemos fotografar dentro dos shoppings? Que segredos se escondem entre os néons desta feira popular? A não ser a imposição de normas de propriedade, normas de autoridade e outras normas anormais que têm por objectivo anular a liberdade individual.