12 outubro 2005

O pequeno ecrã


Um documentário com a grande sorte de ser apoiado pelo ICAM, terá também a sorte de ser passado na RTP, uma oportunidade de ser visto (no canal 2) por uns 100 mil espectadores, muitos mais do que os 200 de uma sala de festival. Apenas um inconveniente: o espectador de tv é, por natureza, desatento e inconstante. E um realizador é como um professor: gosta mais dos alunos atentos.

O meio-tv dificulta a imersão e não promove o debate. O espectador de uma sala de cinema não se cansa com um plano longo de 1 minuto, mas o de televisão zapa logo. Por isso, muitos realizadores criam estratégias intermédias ou ambivalentes de comunicação em dois canais diferentes. Na ficção, adoptando uma estilística do pequeno ecrã: grandes planos, montagem célere. No documentário, optando por fazer duas versões do mesmo filme, uma aprofundada, outra sintética. Há um filme para o espectador ideal e outro para o espectador distraído.

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