Filmes sobre Filmes
Quando um filme reflecte sobre si próprio, quando nos segreda as suas expectativas e objectivos, quando se expõe nesse sentido, é também ponto de partida para observar a linguagem em si, o próprio modo como se filma. Se no documentário tudo pode desenvolver-se numa atitude que permite que a linguagem seja pensada, então o encontro destas duas interrogações é oportunidade privilegiada para meditar sobre o todo.
11h
DROGAS EM LETRAS, Nucivo
Mini-Dv, 21’, 2005
A 19 de Dezembro 05 três polícias à paisana entram na faculdade de letras da universidade de Lisboa, dirigindo-se directamente para o bar da associação de estudantes. Às 16 :15 detêm três alunos por estarem a fumar um charro... uma semana antes o jornal o Crime tinha publicado um artigo em primeira página afirmando que o bar da associação estudantes seria um pólo de tráfico de drogas leves de Lisboa. O NUCIVO foi para o terreno e tentou descobrir quase toda a verdade.
ERA UMA VEZ UM ARRASTÃO, Diana Andringa, Mamadou Ba, Bruno Cabral, Joana Lucas,
Beta SP, 20’, 2005
Dez de Junho, praia de Carcavelos. Muitos jovens juntam-se ao sol. Há tensão e insultos. Depois chegará a polícia. Às 20h, as televisões apresentam ao país o “arrastão”, um crime massivo, centenas de assaltantes negros, em pleno Dia de Portugal. o noticiário torna-se narrativa apaixonada de um país de insegurança e “gangs”, terror e vigilância. o filme passa em revista um crime que nunca existiu, a atitude dos media perante uma história explosiva e as consequências políticas e sociais de uma notícia falsa.
LUSCO FUSCO, Ricardo Freitas
DvCam, 20’, 2005
Uma equipa de filmagens desafia dois jovens, Zé Pedro, cego desde nascença e Linda, que perdeu a visão na adolescência, para realizar uma curta-metragem na qual participam não só como protagonistas, mas também como realizadores. Zé Pedro é um assíduo espectador de cinema e Linda apaixonou-se pela patinagem ao vê-la na televisão. Ele joga com a imaginação para construir o filme e ela usa a memória para criar imagens do que vivencia. ambos filmam o
MALMEQUER, BEM-ME-QUER OU O DIÁRIO DE UMA ENCOMENDA,
Betacam Digital, 51’, 2004
Malmequer bem-me-quer ou o diário de uma encomenda é um filme sobre o processo de realização de um documentário. um diário em flash-back sobre a experiência da realizadora em confronto com o projecto que lhe foi encomendado por um canal de televisão. Lança várias questões, nomeadamente, sobre a forma como a televisão cristaliza estereótipos, mas não só. Penetra no domínio da realização, assinalando as dúvidas da realizadora, as suas dificuldades face à transformação de pessoas em personagens, face à indefinição das fronteiras entre realidade e ficção, perante os limites da mise-en-scène e a impossibilidade de configurar a representação de uma identidade colectiva.
14h
BUENOS AIRES HORA ZERO, José Barahona
Betacam Digital, 69’, 2004
Colónia do sacramento é uma cidade no Uruguai fundada pelos portugueses no séc.VVII. Dizia-se que ali ainda vivia um homem que seria descendente dos fundadores. Partindo à procura desse homem, o filme segue o seu rasto até à grande metrópole de Buenos Aires que nos revela as suas cicatrizes, memórias e personagens.
BUBBLES, Helena Lopes e Paulo Nuno Lopes
Betacam Digital, 60’, 2005
A Helena e o Paulo andaram dez anos a perguntar às pessoas se eram felizes. Interrogaram os estudantes de uma universidade de elite na América e um pastor do Nepal que acreditava que a terra é plana. Depois o Paulo voltou para os Estados Unidos para fazer um doutoramento sobre a felicidade. Então encontraram quatro estudantes que se dedicavam a reinventar a vida e que os deixaram a pensar o que é que tinham andado a fazer estes anos todos.
PRETO & BRANCO, João Rodrigues
DvCam, 12’, 2004
Preto & Branco é um documentário sobre si mesmo, uma visão e uma homenagem à riqueza e relatividade da imagem a preto e branco. É uma viagem feita a partir dos olhos de um narrador que nos leva numa viagem pelo imaginário colectivo partindo de uma perspectiva muito peculiar.
DEBATE "FILMES SOBRE FILMES" com a presença de Francisco Ferreira, crítico de cinema e jornalista do Expresso.
18h
"Percursos no Documentário Português: alguns filmes de Manoel de Oliveira"
O PÃO
35mm, c, 59’, 1959
O pão de cada dia obriga a um esforço constante, de que o homem sai dignificado… o ciclo da semente: fecundação, nascimento, recolha, transporte do grão, moagem industrial, panificação moderna; distribuição e consumo do pão; regresso da semente à terra. Um novo ciclo se inicia…
AS PINTURAS DO MEU IRMÃO JÚLIO
16mm, c, 16’, 1965
A nostalgia de um poeta – José Régio – ausente da terra natal, Vila do Conde, anima as imagens duma memória: as pinturas do seu irmão – Júlio Maria dos Reis Pereira, também poeta Saúl Dias -, albergadas na velha casa onde nasceram. Assim desfilam em longa panorâmica, como na imaginação…
DEBATE FINAL: QUE PANORAMA?
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