Gráficos de redistribuição dos dados brutos excluindo os que dizem não ir votar.
Fontes: DN e Público em 20-01-2006
DADOS BRUTOS | Cavaco | Alegre | Soares | Louçã | Jerónimo | Pereira | Branco | NS/NR | NV |
DN-TSF 20/01/06 | 40,7 | 15,8 | 9,5 | 5,4 | 5,0 | 0,4 | 3,8 | 15,5 | 2,9 |
Público-Ant.1-RTP 20/01/06 | 35 | 10 | 9 | 4 | 4 | 0 | 3 | 24 | 11 |
(Os dados brutos do DN, assim como os do Expresso, não estão disponíveis online.)
É notória a disparidade de resultados entre as duas sondagens, sobretudo nos números de abstencionistas e de indecisos, o que mostra a dimensão do seu desacerto.
Na “estimativa” que os media apresentam como “sondagem”, são excluídos os indecisos, os abstencionistas e até os votos em branco cujo valor também conta no resultado final (como se fosse um candidato fantasma).
A opção dos media em divulgar resultados que não consideram a fatia de indecisos, nem os votos em branco, parecendo ser uma opção técnica, é principalmente uma opção ética – de má ética jornalística. Em vez de facultarem ao eleitor uma informação objectiva, transformam uma campanha eleitoral numa espécie de corrida desportiva em que se dão palpites (em vez de discutir conteúdos). Palpites técnicos que o eleitor comum não decifrará, pois não vai ler as letras miudinhas da sondagem nem fazer as suas contas.
Essa opção é anti-democrática. O quarto poder - cuja deontologia, pelos vistos, não está suficientemente regulada – julga-se acima da política e age - impunemente - vendendo políticos como quem vende sabonetes. Procura persuadir em vez de informar. Sendo essa propaganda por princípio eficaz, começa porém a haver muitos sinais do descrédito que os media hoje têm: ninguém gosta de ser manipulado. Veremos se o conseguem.
P.S. A "suspeição sistemática acerca de supostamente "óbvias" intenções por detrás deste ou daquele resultado", que Pedro Magalhães refere no Público de hoje (edição impressa), não será (senão populistamente em certos casos) dirigida aos autores da sondagem técnica, mas aos critérios jornalísticos dos media ao optarem por divulgar previsões em vez de dados. Diz PM que "esse tema se encontra resolvido, há muito tempo, em países onde a discussão pública e académica sobre as sondagens eleitorais tem tradições mais longas que a nossa". Como, gostaria de saber.
1 comentário:
EStava mal informada e ninguém me corrigiu: os votos em branco não contam. "O Presidente da República é eleito por maioria dos votos validamente expressos, não se considerando como tal os votos em branco, os nulos, bem como a abstenção." http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1245475
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